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Meu comecinho do TCC

A ESCOLHA QUE DEUS FEZ DE VOCÊ

Talvez você não saiba os motivos por que Deus fez tal escolha. A realidade do mal é consciente ao gênero humano. Do nascer ao morrer, na existência humana, quantos males foram praticados? Tendo em vista esta realidade, Deus fez a escolha. Jesus mesmo disse: “Pois se vós, sendo maus...” (Lucas 11.13), despertando mais ainda a consciência de seus ouvintes, declarou que o ser humano ainda é capaz de fazer algo bom, ao dizer: “sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos...”.

Uma das coisas boas que eu e você poderíamos ainda fazer seria aceitar a escolha de Deus? Uma vez que a Palavra esclarece muito bem a questão de que: "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"? (Romanos 3.23). Era impossível pertencermos a Deus, impossível termos esperança, mas seria possível a Deus sermos escolhidos? Uma vez que estávamos privados da sua glória e "em nós mesmos tínhamos a sentença de morte"? (2 Coríntios 1.9). Na verdade andávamos por uma jornada tresloucada, irreversível, para a perdição eterna. Mas... ele se apiedou de mim e de você.

Deus, quem era ele, para fazer essa escolha? Veja o que Huberto Rohden escreveu a cerca de quem fez a escolha:

O GRANDE ANÔNIMO

Deus - que é isto? Deus - quem és tu?

Mil nomes te hei dado - e até hoje és para mim o grande Anônimo...

Sei que és o Eterno, o Onipotente, o Onisciente, o infinitamente Bom e Formoso - mas sei também que és muito mais que tudo isto...

E, por seres indefinível, resolvi chamar-te simplesmente “o grande Anônimo”.

Assim, se não acerto em dizer o que és, pelo menos não digo o que não és. Antes do principio dos princípios, existias tu, o Eterno...

Paralelo a todos os tempos e espaços, existes tu, o Onipresente... Tu és o único ser autoexistente no meio dos seres alto-existentes...

Tu és o único produtor não produzido, a causa única não causada, o único pai sem filiação...

Eu sou uma feliz exceção do nada - tu és a mais veemente afirmação do tudo.

Eu semi-existo - porque tu pleni-existes...

Eu existo, porque me deste o ser - tu existes em virtude da tua própria essência. Eu poderia não existir, e houve infinitas eternidades em que este átomo não existia - tu não podes não existir, existes com absoluta necessidade.

Contemplo a mim mesmo, e com imensa estupefação verifico que existo - quando era tão bem possível, e até muito mais provável a minha não existência.

Como é possível que eu exista - quando em torno de mim negrejam imensos abismos de inexistência?

Como foi que esta pequenina ilha do ser emergiu do tenebroso oceano do não-ser?

E como é que este minúsculo átomo de algo se equilibra nos ilimitados espaços do nada?

Não me criasse, ó Eterno, o teu poder; não me sustentasse o teu amor e é certo que o meu ser nunca teria surgido da tétrica noite do não-ser, ou nela teria recaído logo na alvorada da minha existência.

Por ti, o meu nada se tomou algo...

Por ti, a minha noite se tornou dia...

Por ti, o meu vácuo se fez plenitude...

Por ti, a minha morte se fez vida...

Por isso, meu eterno e indefinível Anônimo, sinto-me feliz em diluir a pobre gotinha do meu pequenino Eu humano no mar imenso do teu grande Tu divino.

Eu quero fé - uma fé prodigiosa, capaz de encher integralmente os grandes vácuos que estão dentro do meu ser...

Eu quero alegria - muita alegria, para esconder sob a plenitude dela a amargura que encontro sempre no fundo das minhas taças...

Eu quero a tua graça - a graça inefável de guardar-te, por entre as sombras da vida, um amor vigilante e serene que não tenha medo da tua cruz...

Eu quero a ti mesmo - oh!, Ser anônimo de mil nomes, porque sem ti me é insuportável o próprio Eu...

(De Alma para Alma, Huberto Rohden)


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